*uma mulher genial*

“Ana Bola, sem filtro”

“Chorar a rir. Chorar e rir com Ana Bola.

Este é um texto simples sobre uma mulher genial .
Ontem fui ao Villaret ver a peça da Bola, “Ana Bola, sem filtro”.
Já estava combinado há muito e lá fui eu com o meu Ruben, a minha Vera Sacramento e o seu Luís, a minha Catarina Delgado e a sua querida mãe (cá por coisas da vida precisada de rir).
E o que é que eu vi?
Vi uma actriz de nome Ana Bola (que por acaso é minha amiga mas acreditem, se a peça fosse má, pura e simplesmente não escrevia sobre ela), retomando,  vi uma actriz de nome Ana Bola, com o público a seus pés, mais concretamente dobrado sobre os joelhos a rir à gargalhada do início ao fim.
Vi uma mulher com 40 anos de carreira, a superar-se em graça, acutilância e sentido de palco, na mais brilhante e arrasadora crítica do que é, actualmente, a televisão, o público, o país nas suas imensas virtudes e tragédias, recortado com inteligência e graça (tanta graça) por uma das melhores  humoristas portuguesas de todos os tempos. A Bola escreve, a Bola encena, a Bola interpreta, toca na ferida da estupidez nacional com muita coragem e sem pinga de concessão à facilidade.

Vi uma mulher, mãe, filha (filha!) ter a coragem de no meio das gargalhadas partilhar com o seu público fragilidades e angústias, receios e tristezas que são de todos nós .

Vi o Zé Nabo,  companheiro de uma vida, limpar as lágrimas de riso com um lenço.  Ao lado estava o Pedro Curto a emanar aquela boa energia e nervosismo de quem tem uma irmã em cima do palco. Tão bonitos, os dois.

Vi a mãe da Catarina (que cá por coisas da vida precisava de rir) rir tanto e com tanto gosto que até temi que lhe desse uma coisa, tal era o nível de gargalhada.

Vi a Bola no final agradecer, verdadeiramente agradecida, porque há pessoas que agradecem mas não estão agradecidas e nós público percebemos, ela estava tão agradecida,  feliz e comovida, uma mulher e um sofá, meia dúzia de adereços, a cabeça de um porco, um dançarino insuflável, uma mulher e o seu talento, a dar cabo de tudo de tal forma que por momentos, nos fez esquecer das nossas pequenas desgraças e fomos todos putos num parque de diversões.

A Bola dedicou o espectáculo ao pai que perdeu precisamente há dois meses e que esteve sempre presente nas suas piadas e nos seus gestos porque o amor é mesmo eterno.
(nesse momento vi lágrimas nos olhos da Catarina, do Ruben e do Luís que perderam o pai há pouco tempo e nos meus olhos e da Vera que por os amarmos tanto, nos comovemos também)

Tudo isto em hora e meia de um espectáculo de Teatro em Lisboa, em que cada bilhete custa apenas 10 euros e faz melhor, meus amigos, do que uma sessão com o melhor Psiquiatra do país.

Grande Bola. Muito Obrigada por esta noite. E sabes que mais? Eu comprava-te o servicinho do “pano encharcado na tromba”!

Este é um texto simples sobre uma mulher genial: Ana Bola.

Muito obrigada pela noite maravilhosa.” d´Aqui

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